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Publicado em 09/04/2019

Cadastro positivo pode injetar mais de R$ 2 tri na economia, segundo birôs de crédito (Valor Econômico)

Um estudo da Serasa Experian sobre o impacto do cadastro positivo, aprovado na quarta-feira pelo Senado, mostra um potencial de R$ 1,3 trilhão a ser injetado na economia do país apenas pelo aumento de concessões a pessoas físicas. Conforme o birô, o sistema pode incluir mais 22,6 milhões de pessoas atualmente fora do mercado de crédito.

A pesquisa indica potencial de crescimento de 5,6 milhões de unidades de residências populares financiadas, o que representaria sozinho um volume de empréstimos de R$ 1,1 trilhão. Na área de veículos, poderia haver adição de mais 3,5 milhões de automóveis financiados. No total, a quantidade significaria um volume de novos empréstimos de R$ 159 bilhões.

A Associação Nacional dos Bureaus de Crédito (ANBC) estima ainda expansão no crédito corporativo de R$ 790 bilhões. Do total, R$ 550 bilhões seriam destinados a micro e pequenas empresas. Nos cálculos da associação, o estímulo à atividade econômica teria potencial de aumentar em até R$ 450 bilhões a arrecadação federal

De acordo com estudo da Serasa, poderia ocorrer uma redução de juros para 74% das pessoas acima de 18 anos que já têm acesso a crédito. Em termos de crescimento do mercado, a pesquisa estima um aumento de quase 20 pontos percentuais ao longo dos próximos anos na relação entre estoque de crédito e PIB. A taxa sairia dos atuais 47,4% para 67%.

Um dos benefícios mais imediatos da nova lei do cadastro positivo pode ser a inclusão financeira. Segundo Vander Nagata, vice-presidente de informações sobre o consumidor da Serasa Experian, a experiência da companhia com um sistema de cadastro positivo de adesão voluntária mostra que o sistema ajuda a trazer ao mercado consumidores não bancarizados.

Dirceu Gardel, presidente da Boa Vista, explica que, a partir da publicação no "Diário Oficial", as fontes de informações, como as instituições financeiras, redes de varejo e companhias que prestam serviços continuados de consumo, como telefonia, energia e gás terão 90 dias para enviar as informações às gestoras de dados, como a Boa Vista. Após esse prazo, haverá mais 30 dias para comunicação dos consumidores sobre a inclusão no cadastro.

"Como efeito desse processo de coleta de informações, acreditamos que no início de 2020 será possível começar a colher resultados de ampliação do crédito e queda da inadimplência, já que começarão a ser feitas operações mais customizadas", diz Gardel.

Para Elias Sfeir, presidente da ANBC, o novo cadastro vai abrir a porta do mercado a outros competidores. "O varejo pode voltar a atuar de modo independente dando crédito como era no passado."

Os benefícios, porém, vão levar anos para se consolidar. As informações dos consumidores baseadas no cadastro positivo vão ser refinadas com o tempo, afirma Alexandre Graff, vice-presidente e diretor-geral da Fico para a América Latina. A companhia é responsável por um dos scores de crédito mais populares dos EUA. "A qualidade vai sendo aprimorada com o tempo, e também reflete um processo de educação financeira", diz.

De acordo com Graff, o cadastro positivo vai ampliar e melhorar a qualidade do mercado de crédito no Brasil. "Hoje, o modelo é binário - você tem crédito ou não tem - e penaliza todo mundo", afirma. "Agora, a base vai ser ampliada e a oferta será baseada no perfil individual."

Sérgio Furio, presidente da fintech de empréstimos Creditas, acredita que a mudança beneficia principalmente as fintechs e novos entrantes, que terão acesso a um número maior de dados. "A concorrência será maior e mais fácil, traz transparência para o mercado e players com estrutura mais enxuta podem praticar taxas menores", afirma.

Para os executivos, as fintechs são as principais beneficiadas, já que os grandes bancos contam com um número grande de informações, tanto pelo número elevado de clientes como pelo seus anos de existência.

 

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