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Publicado em 13/06/2019

Pagamento instantâneo terá menos apelo no Brasil (Valor Econômico)

O sistema de pagamentos instantâneos que está em desenvolvimento pelo Banco Central (BC) pode ter menos apelo no Brasil do que teve na China, segundo as maiores bandeiras de cartões.

"É difícil chegarmos à participação de mercado que tem na China, porque lá tem outras caracteristicas. Mas o P2P [pagamentos instantâneos] também vai ser importante aqui", afirmou João Pedro Paro Neto, presidente da Mastercard para Brasil e Cone Sul.

"Não acredito que o P2P vai matar as maquininhas. Ja tem um parque instalado enorme no Brasil", disse o presidente da Visa, Fernando Teles.

Em evento de tecnologia ontem, ambos afirmaram que os pagamentos instantâneos se alastraram na China porque no país pouco se usavam cartões de crédito e débito. No Brasil, entretanto, os cartões representam 40% do consumo das famílias.

Para Teles, da Visa, o sistema baseado em QR Code para realizar as transações - conforme está em desenvolvimento pelo BC - proporciona ao consumidor uma experiência "infinitamente inferior" à dos cartões. As bandeiras vêm tentando promover o uso dos pagamentos por aproximação, com cartão ou celular, que dispensam a necessidade de abrir um aplicativo para gerar o QR Code.

Segundo Paro Neto, o setor está em conversas com o regulador para definir os modelos de open banking e de pagamentos instantâneos. Há discussões sobre a necessidade de centralizar a liquidação das transações e de se ter mais de uma empresa para validar os dados quando uma instituição compartilhar suas APIs (interface de programação de ativos, na sigla em inglês) com concorrentes.

Para o executivo da Mastercard, o cronograma do BC - que pretende implementar open banking e P2P a partir do ano que vem - é estreito, mas viável.

Teles, da Visa, observou que a indústria de pagamentos está se tornando mais regulada no mundo todo porque ganhou importância e passa por grandes transformações.

De acordo com ele, o aumento da concorrência fez com que a participação dos cartões no consumo das famílias passasse de 15% para 40% e é de se esperar que novos competidores ajudem a aumentar essa proporção. "Querer imaginar que a fatia de 60% que nos falta vai ser suprida pelos mesmos provedores é pretensão. É natural que haja outros players. É isso que vai fazer o mercado crescer", disse.

Para o presidente da Visa, há uma ameaça para as grandes empresas do setor se elas não se adaptarem aos novos tempos. "Quem não entender que o jogo mudou vai virar dinossauro. O meteoro está vindo, são vários meteoros", disse. "Acabou aquele mundo em que você criava um produto e empurrava para o mercado." Por isso, as bandeiras de cartões têm se reposicionado como empresas de tecnologia.

Os executivos das duas companhias disseram ainda ter interesse na disputa que a Caixa vai abrir para selecionar um novo parceiro em bandeira. O banco já opera com a Elo, da qual é acionista ao lado de Bradesco e Banco do Brasil.

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