O número de empresas inadimplentes voltou a acelerar em setembro deste ano, após desacelerar por dois meses seguidos, informaram ontem o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).

Conforme o indicador calculado pelas entidades, a alta no mês passado foi de 12,20% ante com setembro de 2015. Apesar do patamar ainda elevado, o crescimento da inadimplência registrado na pesquisa divulgada ontem é o terceiro menos intenso observado nos últimos nove meses da série histórica.

Além do aumento no número de empresas inadimplentes, houve também um avanço na variação da quantidade de dívidas em atraso em nome de pessoas jurídicas: 14,55% a mais em setembro frente a igual mês de 2015. Já na passagem de agosto de 2016 para o mês passado, sem ajuste sazonal, a expansão foi de 1,26% na quantidade de empresas inadimplentes e de 1,09% no volume de dívidas.

Os dados levam em consideração todas as regiões brasileiras com exceção do Sudeste, onde vigora no Estado de São Paulo a Lei Estadual 15.659 que dificulta a negativação de pessoas físicas e jurídicas.

Mas segundo o indicador, a região em que mais aumentou o número de empresas negativadas no último mês foi o Nordeste, com avanço de 14,62% na comparação com igual período de 2015. Em seguida aparece o Norte, que registrou acréscimo de 12,69% na mesma base de comparação, o Centro-Oeste (elevação de 11,22) e o Sul (+9,78%).

Para o presidente da CNDL, Honório Pinheiro, a recessão afeta a capacidade das empresas de honrarem seus compromissos, principalmente por conta dos juros elevados, que encarecem o custo do capital.
"A atividade econômica ainda enfraquecida prejudica o faturamento das empresas e, consequentemente a sua capacidade de pagamento. Se o cenário de recuperação econômica se confirmar, o que ainda não parece tão claro, podemos esperar uma desaceleração mais intensa no ritmo ainda alto do crescimento da inadimplência", explica Pinheiro.