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Publicado em
03/12/2019
Fundada na Califórnia, a Migo é uma plataforma baseada na computação em nuvem que oferece crédito principalmente por meio de parceiros, atuando como correspondente bancário. “Nosso objetivo é reduzir a desigualdade social, parte da qual criada pela falta de acesso a crédito”, disse ao Valor o presidente da empresa, Ekechi Nwokah.
A plataforma utiliza ferramentas de inteligência artificial e aprendizado de máquinas para definir o risco do potencial tomador e, a partir daí, oferecer crédito a ele. Além do acesso aos recursos, que pode ser feito pelo celular, a ideia é que o cliente possa pagar o empréstimo de várias formas, inclusive com dinheiro, o que amplia o alcance da Migo entre desbancarizados.
O funding e a operação de crédito em si, no Brasil, serão de instituições financeiras com as quais a fintech estabeleceu parceria. Os nomes dos parcerios não foram revelados.
Nwokah faz um paralelo entre o papel da Migo e o de uma bandeira de cartão de crédito. Ela é um facilitador, mas o cliente é do banco emissor do cartão.
Na Nigéria, a Migo tem parcerias com operadoras de telefonia móvel, companhias de meios de pagamento e bancos. No país africano, a fintech originou 3 milhões de operações, mas não revela quanto elas representam em volume financeiro.
Com o objetivo de trazer o modelo ao Brasil, Nwokah diz ter feito uma imersão no país para conhecer as necessidades de pequenos empreendedores. “A pessoa que sai de ônibus do Recife e vai até São Paulo para comprar jeans para vender em sua loja vai poder comprar muito mais se tiver crédito e ter menos risco se não precisar levar dinheiro no bolso”, afirma.
Segundo ele, apenas um terço da população bancarizada no Brasil tem acesso a crédito. “Tem muitas pessoas nas áreas rurais, favelas etc. que precisam de crédito e não têm. Queremos chegar a elas por meio de nossos parceiros”, diz o executivo.
A Migo nasceu como um projeto de pesquisa de inteligência artificial liderado pelo professor da Universidade de Stanford Kunle Olukotun. Ele e Nwokah, cientista da computação que trabalhou em projetos de big data da Amazon Web Services, se juntaram e decidiram direcionar a tecnologia para desenvolver soluções de crédito em países emergentes.