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Publicado em 25/04/2017

Mesmo na crise, empresas e profissionais buscam especialização em controles internos (Estadão)

A busca por conhecimento em compliance vem aumentando desde que investigações como as operações Lava Jato, Greenfield e Zelotes, da Polícia Federal, expuseram erros e fraudes na governança de grandes empresas brasileiras. Tanto é que as principais escolas e universidades que oferecem cursos relacionados perceberam crescimento ou pelo menos manutenção da demanda, mesmo em um período de crise. Os formatos e valores dos cursos variam conforme a instituição de ensino, mas a base comum busca preparar profissionais para detectar riscos e efetivar controles internos.

O ramo educacional da Associação Brasileira de Bancos (ABBC) notou um aumento de 12% na procura por seus quatro cursos no ano passado.

O curso do Insper, que começou em 2014 com três turmas, viu esse número aumentar para cinco classes em 2015, sete em 2016, e a previsão é que em 2017 sejam nove, todas lotadas.

Na Federação Brasileira de Bancos (Febraban), foram realizados 15 cursos que atenderam 200 participantes em 2015; em 2016 houve um salto para 30 eventos com mais de 600 alunos.

A FGV, que já oferecia o curso de compliance na Escola de Direito, lançou mais dois neste ano: um MBA, que fechou com 23 alunos e um curso de curta-duração, com 55 participantes.

Adaptação. Outras instituições, no entanto, não registraram aumento no número de alunos. Porém, outros dados mostram que a demanda é crescente, já que tanto as empresas quanto as instituições de ensino se adaptam para que cursos sobre o assunto continuem sendo realizados.

O MBA da Fecap, por exemplo, teve 30 participantes nas duas turmas de 2015, 65 nas turmas de 2016 e 33 na primeira turma de 2017 – três estudantes a menos do que na primeira turma do ano passado. A explicação, segundo Fábio Coimbra, coordenador do curso, é a recessão.

“A crise dificultou um pouco. Vemos menos empresas patrocinando seus funcionários, por exemplo. Mas a demanda continua grande. Um exemplo disso é que aumentou o número de pessoas que procuram cursos de curta-duração”, explica.

O mesmo acontece com o MBA oferecido pela Fipecafi, que chegou a ter 45 inscritos na sétima turma e na última – classe de número 18 – só teve 10 participantes. Valdir Domeneghetti, coordenador do curso, garante que a queda foi suprida pela ‘explosão’ do número de alunos nas aulas de curta-duração que acontecem in company, ou seja, contratadas pelas empresas e ministradas dentro delas.

“Isso mostra que mesmo com a crise, as empresas continuam investindo em preparo de profissionais para lidar com risco e compliance”, afirma.

No Insper, 55% dos alunos são financiados pelas empresas, na Fipecafi esse porcentual é de 60%. O mesmo acontece na Febraban e na ABBC onde a maioria dos estudantes é ‘patrocinada’ por seus empregadores.

Preparo. Conhecer o funcionamento da companhia é uma das principais carências apontadas pelos gestores dos cursos. Eles explicam que a maioria dos profissionais chega ao curso sem saber a fundo como outros setores da empresa trabalham, o que dificulta a percepção de onde pode haver erros ou descumprimento de leis e normas.

“Falta uma visão panorâmica de tudo que uma empresa deve fazer para efetivamente dizer ‘minha empresa está lidando com compliance da forma correta’. O plano como um todo ou até mesmo o conhecimento dos pontos da legislação, ver como as coisas estão interligadas. Porque se eu não conheço todos os riscos, como saber se estou lidando com eles de maneira correta?”, afirma Rodrigo Amantea, coordenador da Educação Executiva do Insper.

Segundo os coordenadores, cursos como estes, mesmo que de curta-duração, oferecem, além do conhecimento, exercícios que treinem os alunos para entender cada área da empresa e reconhecer cada risco que elas oferecem.

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