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Publicado em 03/12/2015

Juro alto incentiva pequenas a buscar sócios (DCI)

O alto patamar de juros para financiamento de projetos está incentivando pequenos e médios empreendedores a buscarem sócios no mercado de participações societárias, principalmente de fundos de private e venture capital.

Segundo o consultor de empresas da Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (Abvcap), Marcelo Carrullo, a procura dos empreendedores por capital de fundos aumentou e as perspectivas para 2016 são melhores que as do atual exercício de 2015.

\"Os fundos estão capitalizados [cerca de R$ 14 bilhões] e procuram bons projetos para aportar recursos\", apontou Carrullo, após participar do IV Export e Venture Fórum, em São Paulo.

De acordo com dados disponibilizados ontem pela superintendente executiva da Abvcap, Angela Ximenes, desde a primeira edição do Venture Fórum, de 147 empresas qualificadas para apresentarem seus projetos aos investidores, 12 já receberam recursos no processo.

Na edição de ontem do fórum que é também foi promovido pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil), os organizadores receberam mais de 120 projetos para análise. Uma banca selecionou 40 empresas, e 18 alcançaram a fase final, de apresentação aos investidores.

\"É um funil de qualidade, das 18 empresas que estão se apresentando [no Fórum], pelo menos 3 já vão sair daqui com o contrato de confidencialidade [entre empreendedores e investidores] assinado, mais um passo antes de serem investidas\", disse Carrullo.

A necessidade de recursos entre as 18 empresas que divulgaram seus projetos ontem no Fórum, oscilou entre a mínima solicitada de R$ 600 mil e a máxima de R$ 10 milhões.

Carullo lembrou, por exemplo, que o fundo Criatec II do governo federal possui R$ 186 milhões para aplicar em 36 empresas. \"Já investiu em 15 e tem mais 21 empresas para aportar nos próximos 24 meses, é um média, de 1 nova investida por mês\", comparou.

Presente ao mesmo evento, o sócio-fundador da SP Ventures, Francisco Jardim, contou aos participantes que o SP Ventures já possui 10 empresas investidas e prevê aportar em mais 10 empresas nos próximos dez anos. \"É um ciclo de liquidez muito longo, de 8 a 10 anos para a saída, com uma taxa de fracasso de 70% a 80% em venture capital\", afirmou.

No ambiente atual, os fundos de venture realizam seus lucros na saída por meio da venda para outros players estratégicos, ou, nos casos de sucesso para outros fundos de private equity, que compram fatias em empresas maiores.

Na visão do sócio da área de mercado de capitais da Deloitte Brasil, Bruce Mescher, num futuro não muito distante, as pequenas e médias empresas vão poder realizar ofertas de ações via Bolsa de Valores.

\"Acredito muito nessa iniciativa, especialmente pela ICVM 476 [oferta restrita de ações], mas ainda não dá para dizer quando esse segmento de pequenas ofertas vai deslanchar\", afirmou Mescher.

Na ponta de menores valores, o presidente da Associação Anjos do Brasil, Cassio Spina, aponta que o número de investidores anjos continua crescendo. \"O potencial é de R$ 2 bilhões a R$ 3 bilhões de investimentos nos próximos 2 anos\", apontou Cassio Spina.

Novas oportunidades

A IE Business School e o Santander InnoVentures lançaram o FinTech Venture Days, concursos internacionais que irão premiar as melhores startups (nascentes) de soluções tecnológicas para o setor financeiro.

\"Essa iniciativa tem o objetivo de inspirar e impulsionar o crescimento da cadeia de startups FinTech e será apoiada pela IE Business School e pelo Santander InnoVentures, o fundo de capital em tecnologia financeira\", diz o Santander.

Os FinTech Venture Days terão a participação de peritos em gestão empreendedora, investidores e empreendedores, que analisarão os desafios que enfrentam as startups no setor da tecnologia financeira em várias regiões do mundo. Os concursos serão realizados em 2016 em Tel Aviv, Israel (fevereiro), São Paulo (abril) e Madri, na Espanha (abril).

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