GESTÃO DO RISCO DE CRÉDITO E SEUS PRINCIPAIS DESAFIOS

Acompanhar o avanço tecnológico e manter a filosofia do “conheça o seu cliente” são aspectos cruciais para minimizar o risco inerente à concessão de crédito. Quem opina é Cássio Birque, especialista em contabilidade com passagem por grandes instituições financeiras, que na última quarta-feira (11/09) ministrou seu primeiro curso no SINFAC-SP.

Intitulada “Risco de Crédito - A Boa Gestão Aumenta a Rentabilidade”, a atividade reuniu profissionais e empresários do fomento comercial ansiosos por conhecer as melhores práticas num dos segmentos fundamentais ao êxito no setor.

“A inovação tecnológica está mudando tudo e no nosso segmento isso fica evidente quando vemos as fintechs de crédito, empresas cujo número total em nosso país passou de 70 para 96 nos últimos quatro anos”, exemplificou o professor.

No entanto, toda essa evolução no campo dos sistemas ele considera insuficiente para substituir o sempre saudável hábito de visitar o cliente e entender muito bem o negócio dele, para assim ir além da chamada primeira linha, isto é, saber bem mais do que simplesmente quanto ele vende e fatura.

“Essa visão parcial da realidade de um negócio impede muitas vezes que se percebam aspectos como custos fixo e variável, percentual de inadimplência, carga tributária, enfim, o lucro em si do empreendimento”, acrescentou Birque.

A consequência disso, segundo ele, é uma perigosa baixa de guarda que abre espaço para fraudes e golpes, o mesmo ocorrendo com a determinação de limites acima ou abaixo do ideal, e até mesmo a perda de bons negócios, motivada por uma análise mal feita.

Lições

Esta e outras advertências chamaram a atenção de Emerson Silveira, gestor da paulistana Esfera Fomento Mercantil, que pela primeira vez atua no fomento, após 15 anos vividos em bancos e financeiras.

“Foi bem interessante e amplo, em função da experiência do ministrante”, disse ele. “Parecem coisas simples, mas requerem atenção especial detalhes como a divisão de responsabilidades, as regras, exceções e vários indicadores nem sempre considerados no dia a dia”, acrescentou.

Igualmente útil, no entender do executivo, foi rever a questão das safras, ou seja, quando se colocam todas as fichas em um único mercado num determinado momento pouco propício, procedimento pródigo em causar prejuízos.

Com sete anos de atuação na gestão administrativa da Factoring Araraquara, Amanda Priscila Alves achou compensador viajar quase 300 quilômetros para se inteirar sobre um tema que considera sempre muito oportuno.

“Eu vim buscar reciclagem na forma de analisar o crédito do cedente e do sacado, inclusive para repassar esses conhecimentos aos colegas de empresa”, revelou, considerando essa tarefa facilitada pela boa qualidade da apresentação.

Além de perceber que as dificuldades apontadas pelos colegas de aula em muito se assemelham com as suas, sobretudo em quesitos como a definição de filtros e a interface com os birôs de crédito, ela saiu do Sindicato com outra certeza: “é fundamental jamais deixar que a emoção supere o racional na tomada de decisões”, concluiu.

Fonte: Reperkut