A linha já representa 70% do volume de operações da SuperSim e ajudou a fintech a atravessar o período mais duro da crise. Segundo Antonio Brito, presidente da fintech, a demanda em setembro foi nove vezes maior que a do início do ano. Os pedidos de empréstimo recebidos pela companhia somam cerca de 100 mil por mês.

O caso da SuperSim é emblemático da necessidade de crédito que a população de menor renda tem. Com poucos bens a oferecer em garantia e, muitas vezes, sem emprego formal, essa clientela está à margem dos bancos tradicionais e de ofertas de crédito com juros mais baixos. O celular é um dos poucos ativos - se não o único - que parte desse público tem.

Outra necessidade óbvia desse segmento é o cartão de crédito. Em fase de lançamento, o Will Bank pretende atuar nessa lacuna. A fintech é uma evolução do pag!, emissor de cartões que atua majoritariamente no Nordeste e em cidades pequenas. O novo escopo prevê a oferta de conta digital remunerada e cartões para um segmento pouco ou não bancarizado. “A intenção é tornar os serviços mais simples para esse público”, afirmou Felipe Felix, presidente do banco digital, em entrevista publicada pelo Valor em setembro.

Também em conversa recente com a reportagem, o diretor sênior da Roland Berger para a indústria financeira, João Bragança, lembrou que a competição no Brasil sempre foi muito concentrada na faixa mais rica da população. Na visão dele, a disputa pelo topo tende a ficar ainda mais acirrada com a concorrência entre os grandes bancos e casas como XP e BTG Pactual. Mas, diz, a chegada do Pix vai impulsionar inovações e ajudará a ampliar a competição também na base da pirâmide.