Um dos destaques do painel foi abordado por Qamar Saleem (dir. na foto), líder global para pequenas e médias empresas na Corporação Financeira Internacional (IFC, na sigla em inglês), braço do Bando Mundial para o setor privado. Para ele, é preciso ficar de olho nas chamadas “fintetchs”, startups com foco em inovação em serviços financeiros. São elas que tornam acessível para pequenos empreendedores e pessoas físicas, e a menor custo, os serviços antes oferecidos apenas por bancos. “Nos últimos cinco anos, as fintechs cresceram 50% por ano. Só no último ano, elas movimentaram US$ 60 bilhões, sendo US$ 50 bilhões somente nas finanças da China”, afirmou Saleem em entrevista à ANBA.

Para ele, as fintechs são meios de acesso ao mercado financeiro para pequenos e médios empreendedores, ainda que utilizá-las seja mais fácil em grandes mercados como China e Estados Unidos. O que é um problema pode se tornar oportunidade, segundo os especialistas, já que existe uma fatia de mercado grande disponível para os empreendedores criarem e investirem em fintechs. “Um exemplo é o Brasil, é muito grande, eu vi em minha última estadia lá que há muitas fintechs. E ainda existe espaço nesse mercado no mundo”, concluiu Saleem.

Para Abdullah Mutawi, presidente da Dubai Angel Investors, também presente no painel, as fintechs já são tópico de interesse na agenda dos investidores dos Emirados, ao lado de outras inovações. “Nessa região, todos estão interessados em tecnologias. Tecnologia na área da saúde, da mobilidade, e-commerce. Não apenas as empresas de e-commerce, mas a tecnologia que alimenta esses comércios eletrônicos. Assim como a inteligência artificial está em expansão, as blockchains e as fintechs. Então, tecnologia é realmente o tema”, pontuou Mutawi à ANBA.

O presidente da Dubai Angel Investors explica que para gerar interesse dos investidores estrangeiros, as pequenas empresas precisam criar relevância em sua própria localidade. “As pessoas investem internacionalmente em negócios que têm relevância em sua origem. Nós temos investimentos em empresas que se envolvem e fazem a diferença crescendo localmente”, explicou.