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Publicado em 28/03/2019

Crédito volta a crescer em fevereiro (Valor Econômico)

O mercado de crédito se acelerou em fevereiro, confirmando a trajetória de expansão prevista pelo Banco Central, num sinal de que pelo menos esse canal de transmissão da política monetária está operando da forma como era esperada. O estoque de operações de crédito do sistema financeiro cresceu 0,3% no mês passado, para R$ 3,241 trilhões, o que puxou a taxa de expansão para 5,5% em 12 meses, ante 5% de avanço em 2018.

A projeção feita pelo BC para este ano é de crescimento de 6% nos empréstimos e financiamentos. A expansão do crédito foi mais forte, em especial, no crédito livre, com alta de 11,5% no estoque em 12 meses, ante 10,6% em dezembro. Esse segmento é o mais sensível à baixa dos juros básicos da economia. Nesta quinta-feira, o BC vai divulgar as suas projeções atualizadas para o mercado de crédito, em seu Relatório Trimestral de Inflação.

O estímulo monetário se transmitiu para a economia, primeiro, por meio das taxas bancárias. Desde outubro de 2016, os juros médios do crédito livre caíram de 54% ao ano para 38,5% ao ano. As concessões de crédito também tiveram aceleração em fevereiro, de 10%, comparado com janeiro, considerando a média por dias úteis. No período de 12 meses, houve alta de 9,9%.

Diante dos dados recentes que apontam expansão abaixo da prevista da atividade econômica, um número crescente de analistas tem questionado se o Banco Central baixou os juros básicos - atualmente fixados em 6,5% ao ano - o suficiente para a demanda agregada.

O desempenho do mercado de crédito contraria essa tese, embora seja apenas um dos canais de transmissão da política monetária - outros são o consumo de bens duráveis e os investimentos, a taxa de câmbio, as expectativas e o efeito-riqueza sobre detentores de títulos públicos.

"O crédito apresentou uma aceleração em fevereiro", afirmou o chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha. Segundo ele, a taxa de expansão é particularmente mais forte nas operações com pessoas físicas, que apresentaram uma expansão de 9% no período de 12 meses até fevereiro, sendo 12,2% no crédito livre.

No caso das operações com as empresas, a taxa de expansão em 12 meses é de 1,4%. Esse desempenho mais fraco se deve sobretudo à contração de 8% observada nas operações de crédito direcionado, com destaque para empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Ao contrário do crédito livre, o direcionado é menos sensível aos ciclos de expansão monetária.

O crédito do BNDES encolheu 8,2% no período de 12 meses até fevereiro. Isso se deve, em parte, à política de redução do tamanho do banco de desenvolvimento adotada a partir do governo Temer, ao corte dos subsídios nas operações e à menor atratividade de suas linhas, depois que o BC derrubou os juros da economia como um todo. Segundo o BC, uma boa parte da demanda das empresas por crédito se deslocou do BNDES para os mercados de capitais local e externo.

Rocha ressaltou que já está havendo um crescimento mais robusto no crédito livre a empresas, com avanço de 10,6% em 12 meses. As linhas de capital de giro, porém, cujo estoque soma R$ 288,276 bilhões, tiveram uma queda de 1% em fevereiro no período de 12 meses.

Embora tenham caído desde fins de 2016, em fevereiro os juros bancários subiram, de 24,7% para 25% ao ano, considerando a média das taxas das operações livres e direcionadas. No caso do mercado de crédito livre, a alta foi mais forte, de 37,7% para 38,5%, em particular nas operações com pessoas físicas, que pularam de 51,3% para 53,2%.

Rocha disse que uma boa parte da alta se deve ao que ele chama de efeito composição. Isto é, embora as instituições financeiras individualmente não tenham promovido alta nas taxas, aquelas que cobram juros mais altos contrataram mais operações no mês do que aquelas que cobram juros menores. Isso foi observado em segmentos do mercado como cheque especial, linhas rotativas de cartão de crédito e crédito não consignado.

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