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Publicado em 05/09/2019

Campos: Plano para juro menor em cheque especial e cartão sai em breve (Valor Econômico)

O Banco Central (BC) pretende lançar “em breve” um plano para diminuir os juros do cheque especial e da modalidade rotativa do cartão de crédito, afirmou nesta quinta-feira o presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto.

“É um tema que estamos endereçando. Em breve vamos sair com um plano para diminuir juros nos produtos emergenciais, tanto no cheque especial quanto no rotativo”, disse em participação no “2019 Latin American Conference: Agenda do Brasil para o Crescimento Econômico e Social”, evento do Council of the Americas, em Brasília.

Em entrevista ao Valor em junho, Campos já havia afirmado que o órgão estava trabalhando em mudanças no cheque especial, sem citar o rotativo. A ideia, segundo disse na ocasião, envolve a cobrança de tarifas do cheque especial, em troca da queda dos juros.

 Nesta quinta-feira, entretanto, ele não deu maiores detalhes sobre quais podem ser as mudanças tanto no cheque especial quanto no rotativo.

Conforme afirmou no evento desta quinta-feira, as alterações são necessárias porque as duas modalidades exemplificam o quanto o sistema bancário brasileiro é “altamente regressivo”.

Dados citados por ele mostram que, em sua maioria, quem usa o cheque especial ganha até dois salários mínimos e é formado apenas no ensino médio. “Quem está embaixo da pirâmide paga por quem está em cima e não usa”, disse.

Spread bancário

O presidente do BC destacou que a explicação para o spread bancário ser alto no país é longa e passa pela baixa recuperação do crédito. “Temos dito enfaticamente que não estamos contentes com o spread”, disse.

Campos Neto reforçou que duas modalidades mexem mais com a economia: o crédito imobiliário e o voltado a infraestrutura. No setor imobiliário, ele repetiu que o formato de home equity - no qual o imóvel funciona como garantia - tem potencial elevado. Mencionou que, em um cenário conservador, cerca de R$ 500 bilhões poderiam ser injetados no mercado com esse tipo de operação, montante próximo à atual carteira de crédito imobiliário.

Ele reforçou que o financiamento privado de infraestrutura é muito baixo no país. Uma medida para ajudar a alavancar o financiamento de infraestrutura é o hedge cambial, cujo projeto já está pronto.

Para Campos Neto, estudos mostram que o mercado financeiro pode gerar grandes ganhos de produtividade. O presidente do BC disse ainda que o open banking será importante para resolver a assimetria de informação na operações de crédito.

Compulsórios

O projeto que muda as regras de assistência de liquidez aos bancos deve levar a uma queda “estrutural” e “muito grande” dos depósitos compulsórios, afirmou. “Isso significa liberar dinheiro na economia”, disse.

De acordo com o presidente do BC, os depósitos compulsórios estão atualmente na casa dos R$ 450 bilhões. “O volume é muito alto porque não temos instrumentos capazes de gerar liquidez de uma forma adequada”, disse.

Segundo Campos, o projeto permitirá a extração de “valor do crédito privado para um momento emergencial”. Também levará à expansão do crédito privado, disse.

A ideia do projeto é criar “um sistema de precificação de créditos” privados, começando com debêntures e notas comerciais. Quando uma instituição financeira tiver problemas de liquidez, o BC poderá fazer um empréstimo, precificando a carteira dela como garantia.

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