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Publicado em 27/04/2017

Boletim do BC deve registrar queda mais aguda de juros para pessoa física (DCI)

Programado para ser lançado hoje, o Boletim de Política Monetária e Crédito do Banco Central (BC) pode apresentar a primeira queda acentuada da taxa de juros para pessoas físicas do sistema financeiro, influenciada pela redução da taxa básica de juros (Selic).

No último boletim lançado em março pelo BC, a variação de janeiro para fevereiro tinha registrado queda de apenas -0,1%, saindo de 54,2% para 54,1%. De dezembro de 2016 para o primeiro mês desse ano, o número não apresentou variação.

“A taxa de juros [às pessoas físicas] tem um tendência de queda, porque a Selic vem caindo. Pode até ser que nesse boletim, a baixa não seja registrada, mas nos próximos boletins do BC, essa variação certamente estará evidente”, argumenta o diretor executivo de estudos financeiros e economista da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel de Oliveira.

Segundo o especialista, as condições de crédito ainda devem continuar em situação consideravelmente negativa, mesmo com a possível baixa das taxas de juros. “Considerando o que vinha acontecendo, as condições de crédito vinham ruins e devem permanecer. Os bancos ainda estão muito seletivos e restritivos, a demanda continua bem fraca porque as empresas estão ganhando menos, o desemprego está muito grande e o consumidor, sem dinheiro, está sem possibilidades de se comprometer com ainda mais dívidas” afirma Miguel de Oliveira.

As modalidades em que se mais espera a baixa nos juros é a do crédito rotativo e no parcelado, efeito da mudança nas regras que limitam o tempo de pagamento do consumidor em 30 dias. “Os juros do parcelado devem ficar menores, mas não tão menores como se gostaria, principalmente em relação ao rotativo. Deve ser uma queda pequena, longe do que o Governo espera, mas pelo menos é uma redução”, avalia o especialista da Anefac.

As próximas decisões do mercado devem se basear consideravelmente nas expectativas relativas ao crédito. Após o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) anunciar a queda da Selic em um ponto, as instituições financeiras também resolveram baixar sua taxa de juros. O destaque é do BB, que diminuiu os juros do rotativo em quatro pontos percentuais. Já o Bradesco baixou a taxa mínima de 2,84% para 2,79% e a máxima de 7,78% para 7,72%. O Santander também cedeu à baixa da Selic e reduziu os juros do crédito pessoal de 2,09% para 1,99%, no mínimo, e de 8,49% para 7,99%, no máximo. O Itaú decidiu realizar corte integral de 0,75 ponto nas suas linhas de crédito para PF e PJ.

“Como a inflação futura está caindo bastante, teremos realmente uma queda razoável dos juros bancários. O mercado inteiro espera por isso. No entanto, a queda da taxa dos bancos deve ser menor que a da Selic”, avalia Victor Gomes, professor de economia da Universidade de Brasília (UNB).

De acordo com Miguel Oliveira, da Anefac, um dos poucos números que devem se manter estáveis são o da inadimplência. “As taxas de inadimplência devem seguir equilibradas, afinal os bancos estão flexibilizando bem as formas de renegociação, uma vez que eles não querem ver um salto desse número”, pondera.

Apesar do esforço dos bancos em não aumentar o número de inadimplentes, os prazos de financiamento, a situação não é boa o suficiente para que ele prorroguem as dívidas.

“Os prazos de financiamento estão se encurtando. Não estamos em um momento no qual os bancos estão se sentindo confortáveis. Apesar da noção de que a economia possa melhorar, o horizonte ainda não é dos melhores e eles não devem alongar essas dívidas. Existe até uma tendência de que avanço da economia traga confiança e faça os bancos voltarem a emprestar, mas isso acontecerá em longo prazo. Para agora, esses números devem continuar ruins”, analisa Miguel de Oliveira.

Por mais que possa ser a resposta de muitos para uma melhora no ciclo de crédito, a queda dos juros em pessoa física não devem representar “a solução dos problemas” para o cenário econômico. “As medidas governamentais para baratear o crédito são paliativas. O problema da economia brasileira não é o crédito. Inclusive, acho cedo para falar de retomada econômica. Teremos que esperar mais, três meses é muito pouco. O mercado internacional deu um certo alívio para gente, e por isso respiramos, mas não vejo medidas internas que tenham contribuído tanto para isso. Não vejo esse otimismo grande à frente, sem investimentos e reformas comerciais, não vejo o Brasil crescendo”, observa o professor Victor Gomes.

Opção de Home Equity

Mesmo com a queda dos juros bancários para PF, a demanda de crédito deve continuar negativa. Diante disso, o Banco Sofisa Direto entra no mercado com a opção pelo home equity, linha de crédito pessoal com garantia de imóvel que possibilita empréstimos de altos valores com juros mais baixos. As taxas devem variar entre 1% e 2%, com prazo de pagamento para até 15 anos.

“No Brasil, por conta do momento econômico, enxergamos uma oportunidade para as pessoas conseguirem quitar dívidas altas com prestações mais baixas, taxas menores e prazos mais alongados”, avalia Leo Cherman, responsável pelo banco Banco Sofisa, que cresceu cerca de 500% na modalidade desde fevereiro.

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