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Publicado em 03/09/2020

BC lança nota de R$ 200 e evita prever uso de cédulas (Valor Econômico)

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou que é impossível neste momento prever se a demanda por dinheiro em espécie continuará aumentando. A afirmação foi feita no lançamento da cédula de R$ 200, que começou a circular ontem.

“Como estamos vivendo um momento sem precedentes na história, não há como prever se essa demanda por dinheiro em espécie continuará aumentando e por quanto tempo”, disse.

As cédulas de R$ 200 começaram a circular ontem nas capitais em que o BC opera: Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Belém, Fortaleza, Recife e Salvador. “Possivelmente pessoas que sacarem em capitais [com representação do BC] já vão se deparar com a nota”, disse a diretora de administração, Carolina de Assis Barros.

A partir de agora, o Banco do Brasil terá papel fundamental na distribuição das novas cédulas, segundo ela, já que a instituição é a responsável pela custódia do numerário em nome do BC.

Ontem mesmo a autoridade monetária deu início a uma campanha informativa sobre a nova cédula. Haverá veiculação até o dia 28 deste mês de peças publicitárias em canais de televisão abertos e fechados, rádio, internet e redes sociais, entre outros. O objetivo é detalhar questões como os protocolos de segurança adotados. Para evitar falsificações, a cédula terá, por exemplo: marca d’água que aparece contra a luz; mudança de cor com o movimento da barra brilhante de R$ 200; alto-relevo em áreas específicas dos dois lados; para deficientes visuais, três barras em diagonal em relevo no canto inferior direito.

A nova nota, que traz o lobo-guará estampado, tem cores cinza e sépia. Cada mil cédulas produzidas custarão R$ 325 ao BC. Ao todo, a produção deste ano será de 450 milhões de notas, no valor de R$ 90 bilhões. Elas serão distribuídas conforme a autoridade monetária perceber aumento de demanda.

Apesar dos empecilhos causados pela pandemia, o BC “tem conseguido fornecer cédulas e moedas de modo a atender às necessidades da sociedade de forma adequada”, segundo Campos.

Um projeto preliminar da nota já existia desde 2010, mas foi acelerado com o aumento do entesouramento. Cenários de estresse elaborados pelo BC mostravam que, sem a adoção de uma medida “incisiva”, poderia faltar dinheiro em espécie no Brasil, segundo Carolina. Para fazer frente às necessidades da economia, seria necessária uma quantia adicional de R$ 105,9 bilhões entre agosto e dezembro, em um cálculo considerado conservador pelo Banco Central.

“É importante lembrar que a pandemia trouxe consigo o pagamento de auxílios de caráter financeiro”, afirmou a diretora, citando também medidas extraordinárias como o auxílio emergencial.

A adaptação do parque fabril da Casa da Moeda para a produção de mais notas de valores menores esbarrava em dificuldades técnicas, segundo o BC. Nesse cenário, a autoridade monetária começou a usar o estoque de segurança de cédulas e moedas - quantia separada justamente para situações em que há aumento de demanda. Também antecipou encomendas à Casa da Moeda e considerou a possibilidade de importar cédulas. “Mas não havia disponibilidade de atendimento em tempo hábil para entrega no país”, afirmou Carolina.

Segundo o presidente do BC, o aumento da demanda por papel moeda durante a pandemia “não foi exclusividade” do Brasil. “Outras nações viveram fenômeno semelhante”, disse. “Em momentos de incerteza, é natural que as pessoas busquem a garantia de uma reserva em dinheiro.”

Ainda ontem, em evento transmitido pela internet, Campos afirmou que a autoridade monetária calcula que o Produto Interno Bruto (PIB) cairá aproximadamente 5% neste ano e subirá pouco mais de 4% em 2021.

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