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Publicado em 30/07/2020

Banco Central vai lançar cédula de R$ 200 (Valor Econômico)

O Banco Central (BC) anunciou nesta quarta-feira que lançará cédulas de R$ 200. A nova nota, que terá como personagem o lobo-guará, deverá entrar em circulação a partir do fim de agosto, segundo a autoridade monetária.

A previsão é de impressão de 450 milhões das novas cédulas ainda neste ano, o equivalente a R$ 90 bilhões. Segundo a diretora de administração do BC, Carolina de Assis Barros, o valor da nota será próximo a US$ 39. A campanha de apresentação vai começar no dia de lançamento da nota de R$ 200, por questões de segurança.

O Banco Central pediu ao Conselho Monetário Nacional (CMN) R$ 113,4 milhões para a impressão de 450 milhões de cédulas de R$ 200 e 170 milhões de cédulas de R$ 100, informou Carolina. As novas cédulas estão em fase final de testes e não entrarão em circulação "de uma vez só".

A criação das cédulas de R$ 200 era um projeto pré existente que teve durante a pandemia um "momento oportuno" para ser lançado, afirmou a diretora. A ideia da instituição é "atuar de maneira preventiva", evitando uma possível alta excessiva da demanda por papel moeda. Essa alta, por sua vez, seria causada pelo entesouramento visto durante a pandemia.

"O Banco Central não consegue estimar quanto tempo efeitos do entesouramento vão durar", disse Carolina em entrevista coletiva, ressaltando que, na avaliação do BC, esse fenômeno é temporário. "No momento em que o BC entender que a demanda por mais meio circulante não existir mais, vamos fazer um ajuste gradual."

A pandemia fez com que a quantidade de dinheiro em circulação, que normalmente atinge seu anual pico em dezembro, já superasse a projeção para 2020 ainda no primeiro semestre. Segundo cálculos da autoridade monetária, o papel moeda em poder do público passou de R$ 216 bilhões em março para R$ 277 bilhões em 17 de julho - crescimento de R$ 61 bilhões.

Entre as possíveis causas para o entesouramento observado pelo BC, estão: saques para a formação de reservas; diminuição do volume de compras; e o retorno mais lento do que o esperado ao sistema bancário do pagamento do auxílio emergencial, por exemplo.

A diretora afirmou que o entesouramento foi um fenômeno que não se restringiu ao Brasil. "Vimos demanda adicional nas casas impressoras em todo mundo", disse. "Isso é desafiador porque há limitações fabris e de produção."

Na avaliação da diretora, a colocação no mercado das cédulas de R$ 200 não deve levar a uma redução de circulação das demais cédulas. Além disso, a nova nota veio para ficar, de acordo com ela. "Não pensamos em tirar essa cédula de circulação [com o fim do entesouramento]", disse.

Segundo Carolina, a participação do papel moeda na economia "cresce em todo mundo, mesmo em países com pagamentos digitais bastante evoluídos", e somente em alguns poucos países, como Noruega e Suécia, há decréscimo do uso de dinheiro.

"A queda relativa da importância do dinheiro na nossa sociedade (Brasil) foi bem pouca", disse. Pesquisa apresentada pelo BC mostra que a participação do dinheiro como forma de recebimento mais frequente caiu de 57% para 52% entre 2013 e 2018. Em segundo lugar, vem o cartão de crédito, que passou de 35% para 31% no mesmo período.

Carolina também afirmou que o Brasil tem um "arcabouço contra lavagem de dinheiro extremamente elevado", em linha com os protocolos do Grupo da Ação Financeira Internacional (Gafi), e que esse combate "não depende" do valor das cédulas.

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