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Publicado em 08/11/2018

Banco Central pode terceirizar pagamento instantâneo (Valor Econômico)

O Banco Central está reavaliando a ideia de ficar à frente da operação do sistema de pagamento instantâneo e já cogita terceirizar esse serviço, afirmou ao Valor o gerente do Projeto de Pagamentos Instantâneos do Banco Central, Breno Lobo. Segundo ele, a decisão será tomada até o final do ano.

Com o pagamento instantâneo, as transferências de recursos poderão ser feitas a qualquer hora e dia, com liquidação em tempo real. Para definir o modelo desse novo ecossistema, previsto para ser implantado no país até 2021, o Banco Central criou um grupo de trabalho com representantes do mercado financeiro.

Pelo projeto original, caberia ao BC desenvolver os sistemas e operá-los. Mas Lobo afirmou que a autarquia está agora avaliando questões como custos e pessoal envolvidos no projeto para decidir a melhor solução. Segundo ele, um dos pontos que pesam a favor da ideia de repassar a operação a uma empresa privada é a demanda por know-how em identificar operações potencialmente associadas à lavagem de dinheiro e ao terrorismo.

Para definir o modelo ideal para o país, técnicos do Banco Central estão fazendo um amplo levantamento das experiências internacionais. Na semana passada, uma equipe esteve na Austrália para conhecer o modelo de lá. Nos próximos dias, técnicos irão ao Reino Unido, Dinamarca e Suécia. Lobo afirmou que também há a intenção de se conhecer em mais detalhe o modelo da Índia. Outras referências internacionais importantes são China e União Europeia.

Lobo disse que os exemplos internacionais mostram que o pagamento instantâneo não leva a uma "canibalização" do cartão de crédito. Sua expectativa para o Brasil é que o novo modelo de pagamento beneficie principalmente os pequenos e médios comerciantes, pelo custo menor.

A nova estrutura dispensará o uso das maquininhas - a ideia é que os pagamentos sejam feitos por meio de QR Code. A liquidação será imediata, então os recursos da compra entrarão na conta do fornecedor em tempo real, independentemente da hora e dia em que for feito o pagamento.

Para esse nicho, pode haver uma substituição gradual do cartão de débito, prevê Lobo. Ele também espera uma redução substancial das transferências bancárias por meio de TED, que têm restrições de horários.

Ao participar ontem de painel em fórum sobre cidadania financeira, promovido por BC e Sebrae, Lobo disse que o modelo de pagamento instantâneo começará a ser implantado no país no próximo ano. Esse processo deve levar cerca de dois anos.

"Esperamos que até 2020, 2021 essa solução esteja disponível para todas as pessoas como mais uma forma de recebimento de pagamentos", afirmou.

Segundo ele, o BC está no momento processando as contribuições recebidas pelo grupo de trabalho que trata da arquitetura do novo serviço, trabalho que será concluído até o final do ano.

Lobo destacou que o novo ecossistema é propício à entrada de fintechs, com a oportunidade de oferta de diferentes aplicativos para facilitar a transferência de recursos.

 

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