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Publicado em 04/02/2020

Após dois anos de alta, produção industrial fecha 2019 com queda de 1,1%, aponta IBGE (Valor Econômico)

A produção industrial brasileira recuou 0,7% em dezembro, na comparação com novembro, pela série com ajuste sazonal da Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física (PIM-PF), divulgada nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Quando comparada a dezembro de 2018, a produção do setor mostrou queda de 1,2%. Com mais um mês de resultado negativo, a indústria fechou 2019 com queda acumulada de 1,1%, interrompendo dois anos consecutivos de crescimento: 2017 (avanço de 2,5%) e 2018 ( alta de 1%).

“Esse foi o principal responsável pela queda, mas houve redução de produção para além disso, o que pode ter a ver com o contingente de pessoas fora do mercado de trabalho, crise na Argentina, mais entrada de importados”, diz André Macedo, gerente de Indústria do IBGE.

Na passagem de novembro para dezembro, o desempenho da indústria ficou pior do que a mediana das estimativas de consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo Valor Data, que apontava para queda de 0,5% no mês.

O IBGE também revisou o resultado da produção da indústria de novembro, frente a outubro, com ajuste sazonal, que passou de uma queda de 1,2% para uma retração de 1,7%, uma mudança um pouco mais intensa do que usualmente verificada.

Segundo o instituto, o movimento reflete a entrada de um mês de dezembro mais fraco na série, o que provoca uma revisão de resultados dos meses anteriores pelo ajuste sazonal, que busca expurgar efeitos típicos de cada período do ano.

Apesar disso, a produção industrial encerrou o quatro trimestre de 2019 com alta de 0,2% na comparação aos três meses anteriores. Foi o segundo trimestre consecutivo de crescimento.

A produção havia avançado 0,1% no terceiro trimestre deste ano, na comparação aos três meses imediatamente anteriores. No segundo trimestre, frente ao primeiro, o setor havia recuado 0,6%, com ajuste sazonal.

Bens de capital e duráveis têm forte queda

Bens de capital e duráveis foram os principais destaques negativos da produção industrial em dezembro entre as grandes categorias econômicas.

A produção de bens de capital registrou forte queda de 8,8% em dezembro, na comparação a novembro, com ajuste sazonal. Essa queda foi disseminada entre os produtos dessa categoria, com caminhões, máquinas e equipamentos para atividade agrícola e industrial. No ano, essa categoria teve queda foi de 0,4%.

“Os bens de capital não crescem desde abril e agora registou essa forte queda. O movimento ao longo desses meses parece ter relação com a confiança de empresários no período”, disse Macedo.

A produção de bens duráveis, por sua vez, apresentou queda de 2,7% em dezembro, na comparação a novembro, pela série com ajuste sazonal. A fabricação de automóveis pesou negativamente no mês. Apesar disso, essa categoria fechou o ano com crescimento de 2% na produção.

No caso de bens de consumo semiduráveis e os não duráveis, houve queda de 1,4% na produção comparação a novembro. No ano, essa categoria mostrou avanço de 0,9%.

Já entre os bens intermediários (bens usados para produção de outros bens), o IBGE notou avanço de 0,1% da produção na passagem de novembro para dezembro, pela série com ajuste. No acumulado do ano, a queda foi de 2,2%, influenciado negativamente ao longo do ano pelo rompimento da barragem da Vale em Brumadinho (MG).

Na comparação ao quatro trimestre de 2018, a produção da indústria mostrou queda de 0,6%.

Produção ainda está abaixo do pré-crise

O volume de produção da indústria brasileira está 14,8% abaixo do registrado antes da recessão econômica, iniciada em 2014.

No primeiro ano da recessão, em 2014, a indústria brasileira registrou queda de 3%. O pior ano, contudo, foi 2015, com baixa de 8,3% da produção. No ano seguinte houve nova baixa, de 6% no setor. Nesses três anos de recessão, a indústria acumulou perdas de 16,7%

Já o primeiro ano de recuperação da indústria foi o de 2017, com crescimento de 2,5% da produção. A liberação de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) pelo governo Michel Temer e a baixa base de comparação do ano anterior contribuíram para o crescimento. Em 2018, o setor avançou 1%, afetado pela greve dos caminhoneiros.

Se comparado ao pico da série histórica, registrada em maio de 2011, a produção do setor está 18% menor.

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