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Publicado em 11/08/2020

Aos 90, BMG adota modelo híbrido entre físico e digital (Valor Econômica)

Pouco depois do IPO, realizado em outubro do ano passado, o Bmg teve de encarar a desconfiança do mercado. O problema era uma enxurrada de processos judiciais de clientes reclamando da venda ou da renovação indevida de produtos. O episódio derrubou as ações do banco, mas o levou a buscar melhorias na qualidade da originação de crédito com uso de tecnologia.

O Bmg automatizou processos em lojas e correspondentes e abraçou um modelo que chama de “figital”: uma combinação de atendimento digital com presencial. Para marcar as mudanças, o banco reformulou sua marca. Sai de cena a sigla em caixa alta e cor de laranja, conhecida das camisas de futebol, e entra um logotipo em minúsculas, com tons de laranja e roxo.

“Fizemos uma transformação de dentro para fora. Primeiro mudamos o banco para depois mudar a marca”, afirma Ana Karina Dias, que assumiu a presidência do Bmg em fevereiro deste ano.

As contratações de crédito continuam sendo feitas por meio das lojas Help! ou de correspondentes, mas agora são finalizadas de forma digital. Foi essa mudança que, segundo a executiva, permitiu ao Bmg se adaptar rapidamente à realidade imposta pela pandemia. Em junho, 76% das formalizações de crédito já foram feitas remotamente. “Fizemos em cinco semanas o que levaríamos um ano”, diz.

Apesar disso, não está nos planos do Bmg abrir mão do atendimento presencial. O modelo de negócios prevê a combinação dos dois mundos. “Nosso público precisa de alguém para ajudar”, afirma Ana Karina.

O autosserviço no crédito vai ser oferecido no banco digital, que encerrou junho com 1,356 milhão de contas ativas — alta de 193,6% em 12 meses. O embrião dessa frente de negócios foi lançado há dois anos, mas a executiva afirma que só agora a operação está robusta. “Daqui para a frente, vamos nos mostrar com essa nova cara”, diz.

O atendimento e a marca não foram as únicas mudanças na instituição, que completou 90 anos no fim de julho. Ana Karina criou uma diretoria de transformação organizacional — ocupada por Alexandre Winandy, ex-McKinsey. O Bmg também liberou o “dress code”, criou um comitê de diversidade e chegou à marca de 40% de mulheres no conselho de administração. Há poucos dias, estipulou o teto de 62 anos de idade para cargos estatutários. “Ajuda a dar uma oxinegenada”, diz a executiva.

Com foco em crédito e cartão consignado, o banco teve lucro recorrente de R$ 101 milhões no segundo trimestre, alta de 20,2% frente ao mesmo período do ano passado. O Bmg fechou junho com R$ 12,497 bilhões em sua carteira, avanço de 6,6% em três meses e de 21,8% em um ano. A inadimplência permaneceu estável em 5,9%, mas a instituição reforçou provisões contra calotes. Segundo Ana Karina, a originação de empréstimos já voltou ao ritmo pré-pandemia. “A modernização tecnológica foi importante para isso”, diz.

Com as melhorias no processo de vendas, o banco tem a expectativa de mitigar a entrada de novas ações de clientes. As despesas com provisões relacionadas a esses processos somaram R$ 88 milhões entre abril e junho, alta de 5% frente ao primeiro trimestre e de 45,8% ante o segundo trimestre de 2019.

Na semana passada, o Bmg anunciou a venda de 40% de sua corretora de seguros, a CMG, para a Wiz. O banco vai receber R$ 89,8 milhões pela fatia.

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