FLUXO DE CAIXA NA PRÁTICA

Controlar o fluxo de caixa não é tão simples assim, sendo este processo um dos demonstrativos mais importantes do trabalho de qualquer gestor financeiro. Além de fornecer informações essenciais sobre a saúde econômica da empresa, ele também possibilita uma série de análises que podem ajudar na tomada de diversas decisões importantes.

Agora, engana-se quem acha que simplesmente controlar as entradas e saídas é suficiente para ter boas análises e dominar a área financeira sem ter problemas. Para chegar neste nível, há uma série de providências e de informações sobre “fluxo de caixa” que pode ajudar os gestores financeiros a tirar o melhor dessa ferramenta.

Use a tecnologia a seu favor

Apesar de o fluxo de caixa ser essencial, ainda existem muitas empresas que não têm qualquer tipo de controle financeiro. Se este é o seu caso, repense rapidamente, porque desconhecer o que está acontecendo com as suas finanças pode te levar a tomar decisões bastante ruins no futuro próximo.

Uma das melhores formas de controlar sua área financeira, com relativamente pouco trabalho, é utilizar planilhas ou sistemas profissionais, conhecidas por facilitar muito a vida de diversos gestores.

Com essas ferramentas, o único trabalho é o de preencher os lançamentos de entradas e saídas. Fora isso, você só precisará fazer análises dos resultados obtidos automaticamente.

Categorize suas informações financeiras

Se você já tem uma ferramenta que auxilie no controle financeiro, precisa pensar em quais informações são importantes para a sua empresa controlar. Nesse sentido, categorizá-las vai te levar mais perto de boas análises.

Particularmente, acredito que existam três itens essenciais para uma boa organização:

Plano de contas: permite análises sobre quais grupos de receitas ou despesas são mais relevantes.

Formas de pagamento: mostra se algum meio de pagamento é mais importante.

Centros de custo: facilita o acompanhamento de áreas da empresa que possuem receitas e despesas.

Se, ao fazer os lançamentos de entradas e saídas, você também registrar os grupos de planos de contas, conseguirá fazer análises mais aprofundadas.

Acompanhe suas entradas e saídas periodicamente

Se o seu negócio é um varejo, tem vendas ou presta serviços todos os dias, faça um acompanhamento diário. Tente entender quais são os melhores ou piores (em termos de resultados) dias para que as boas práticas sejam recorrentes e o que estiver de errado seja corrigido rapidamente.

Caso a recorrência de vendas e gastos da sua empresa não seja diária, adote uma periodicidade de acompanhamento que faça sentido para o negócio. Pode ser semanal, quinzenal ou até mensal. Mais do que isso, eu não recomendo, pois te afastaria de uma boa análise.

Tenha foco em análises dos principais relatórios financeiros

Existem dois relatórios principais que precisam ser analisados sempre em conjunto:

- Fluxo de caixa

- Demonstrativo de Resultado do Exercício

Ambos vão mostrar uma forma de analisar as suas finanças. O fluxo de caixa exibe o resultado pelo regime de caixa, isto é, apresentando apenas entradas e saídas. O DRE mostrará um demonstrativo baseado em vendas e compras, independentemente se esse dinheiro tiver entrado ou não no caixa.

Além desses dois, existem outros dois relatórios que podem te ajudar bastante a entender sua necessidade de capital de giro e de caixa para meses futuros: Contas a pagar e Contas a receber.

Use gráficos para analisar mais rápido

Utilizar uma planilha ou um software que analisa os resultados por gráficos, com certeza economizará tempo nesse processo. A ideia é simples, faça um acompanhamento de resultados em uma linha do tempo e as análises comparativas em um mesmo mês.

Apenas pela análise rápida dos gráficos é possível entender se existem variações positivas ou negativas e se algum grupo do plano de contas está participando mais do que outros.

Defina metas para os principais indicadores

Para começar, saiba o que realmente importa para a sua área financeira. Cinco indicadores importantes são:

- Receitas

- Despesas

- Margem de contribuição

- Lucro

- Lucratividade

Agora, só querer não faz com que metas e indicadores sejam alterados ou alcançados e, como de maneira geral a área financeira não é a área que cuida da operação do negócio, pode ser necessário trabalhar em equipe com outros departamentos para atingir esses objetivos.

Faça o planejamento e controle orçamentário

No mínimo, planeje seu próximo mês, antes de ele começar. Dessa forma, já será possível ter uma boa noção se haverá mais receitas do que despesas; se o caixa acumulado será suficiente para pagar as contas do mês; se existe algum problema financeiro em vista.

Para isso, um simples exercício de definição de metas de receitas e despesas pode ajudar bastante.

Ao longo do mês e, principalmente ao seu final, entenda o que ocorreu de diferente do previsto e melhore sempre a partir dessas análises.

Portanto, o fluxo de caixa é necessário para uma boa gestão financeira. Seguindo todas as dicas citadas neste artigo, o gestor terá nesta ferramenta uma informação mais consistente, que facilitará a compreensão e o direcionamento das ações empresariais.

Obedecendo esses passos, será possível implementar o fluxo de caixa, mas as referências devem ser as particularidades existentes na empresa. Enfim, mãos à obra.

Marco Antonio Granado, empresário contábil, contador, palestrante, escritor de artigos empresariais, consultor empresarial nas áreas contábil, tributária, trabalhista e de gestão empresarial. Bacharel em contabilidade e direito, pós-graduado em direito tributário e processo tributário, mestrando em contabilidade, controladoria e finanças na FIPECAFI. É consultor contábil, tributário, trabalhista e previdenciário do SINFAC-SP (Sindicato das Sociedades de Fomento Mercantil Factoring do Estado de São Paulo), palestrante da ANFAC (Associação Nacional do Fomento Comercial) e membro da 5ª Seção Regional do IBRACON (Instituto dos Auditores Independentes do Brasil).

(Publicado em 11/08/20)

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