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As EPPs respondem por 52,2% dos empregos gerados pelas empresas no país. Para Resnik (1991), muitos proprietários-gerentes consideram os dados e a função da contabilidade como “um mal necessário”.
Muitos ainda definem como "chato", devido ao fato de que muitos deles chegam ao mundo das pequenas empresas, ignorando os números e com uma sutil aversão numérica.
RESNIK (1991) justifica esta não apreciação pelos proprietários-gerentes das funções e do processo de um sistema eficaz de contabilidade, não pelo desdém, mas atribui a uma simples insensibilidade ao que eles não conhecem ou não se sentem à vontade.
Muitos empresários de empresas de pequeno porte ainda atribuem esta falta de interesse por se acharem envolvidos demais com a área produtiva da empresa, não sobrando tempo para se dedicar aos relatórios contábeis. Vemos que no ponto de vista deles: " As funções contábeis e de controle são tidas como não produtivas," segundo Resnik (1991, p. 139), subestimando sua contribuição ao desempenho administrativo e seus reflexos na eficiência produtiva.
De acordo com Resnik (1991), cabe aos contadores auxiliarem os proprietários-gerentes a entenderem que superestimar a complexidade de um sistema bom e prático é subestimar sua contribuição ao desempenho administrativo.
O contador precisa ser experiente e de primeira categoria, e que deve cultivar uma relação de confiança com o dirigente da empresa para subsidiar seu trabalho em uma consultoria eficiente.
- Contato regular com a empresa.
- Acesso às fontes de informações de gestão da empresa.
- Competência ao instalar um sistema adequado de contabilidade e atenção ao mostrar como tirar o máximo proveito dele.
- Relatórios apropriados, precisos e pontuais atendendo à necessidade da empresa.
- Rapidez e eficácia na realização de diagnóstico e na implementação das recomendações.
Contabilidade gerencial
A International Federation of Accountants (International Federation of Accountants, 1998) define contabilidade gerencial como o procedimento de identificação, mensuração, acumulação, análise, preparação, interpretação e comunicação de informações que serão utilizadas pela gestão para planejamento, avaliação e controle dentro da avaliação, visando resguardar o uso prudente dos recursos.
A contabilidade gerencial caracteriza-se pela liberdade de critérios na criação de relatórios para disponibilização de informações à gestão empresarial, diferindo da contabilidade financeira, que observa as normas (nacionais e internacionais) e os princípios contábeis nas demonstrações financeiras (Lopes; Martins, 2005; Frezzatti; Aguiar; Guerreiro, 2007; Gilio; Afonso, 2013).
A contabilidade gerencial vem se tornando uma área cada vez mais decisiva na gestão empresarial, sendo um referencial que faz muito mais do que fornecer informações, em muitas vezes, assumindo a condição de subsidiar de forma ativa e importantíssima na tomada de decisões cotidianas e estratégicas, em momentos críticos que a empresa necessita de subsídios precisos para tomar decisões fundamentais a sua existência.
A contabilidade gerencial é um conjunto de práticas e técnicas destinadas a fornecer aos gestores informações financeiras.
Os artefatos da contabilidade gerencial são poderosas ferramentas para a gestão de toda empresa, em especial se utilizados pelas EPPs.
A empresa de pequeno porte deve utilizar os artefatos de contabilidade gerencial para realizar sua gestão, o que não parece ser esta a forma mais comum adotada por elas.
Devemos ressaltar que o conhecimento, o domínio e aplicação destes artefatos da contabilidade gerencial serão grandes diferenciais para estas empresas de pequeno porte, para enfrentar sua concorrência e ofertar a seus clientes produtos ou serviços com mais valor agregado, qualidade e eficiência.
Portanto, empresários e gestores de empresas de pequeno porte, vamos nos atentar para a contabilidade gerencial e seus artefatos, estudar e entender o quanto ela pode ajudar nesta gestão tão árdua e desafiadora.
Marco Antonio Granado é empresário contábil, contador, palestrante, escritor de artigos empresariais e consultor empresarial nas áreas contábil, tributária, trabalhista e de gestão empresarial. Bacharel em direito, pós-graduado em direito tributário e processo tributário e mestrando em contabilidade, controladoria e finanças na FIPECAFI, é consultor contábil, tributário, trabalhista e previdenciário do SINFAC-SP – Sindicato das Sociedades de Fomento Mercantil Factoring do Estado de São Paulo.
(Publicado em 10/12/19)