EMPRESA SIMPLES DE CRÉDITO TERÁ NOVO PROJETO NO PRÓXIMO SEMESTRE

Prova inconteste de que a ESC voltará à pauta do Congresso Nacional nos próximos meses, o assunto foi tema de destaque em Informe Especial do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), publicado ontem (19/12/2016) pelo jornal Valor Econômico.

Sob o título “Próximo passo: crédito rápido e simplificado”, a matéria coloca a Empresa Simples de Crédito como uma das inovações mais esperadas pelas micro e pequenas empresas, mas que acabou ficando de fora da Lei Complementar “Crescer sem Medo”, sancionada em outubro.

A reportagem revela ainda que um grupo de trabalho integrado pelo SEBRAE Nacional e pelo Banco Central deve apresentar um projeto em torno do tema já no primeiro semestre de 2017.

O objetivo é ter neste novo texto uma pré-regulamentação, “para que normas e funcionamento fiquem claros, sem dar margem a distorções”, diz a matéria.

Segundo o presidente do SEBRAE Nacional, Guilherme Afif Domingos, 83% das micro e pequenas empresas não estão contraindo financiamento bancário e têm enorme carência de capital de giro. “Isso ocorre porque quem dá crédito hoje não é mais o gerente, é o computador, que não vê o caráter, a competência e a honestidade de quem está do outro lado, só lê patrimônio e pede garantias”, afirma.

A consequência disso, de acordo com Afif, é o pequeno ser obrigado a fazer financiamento com o seu fornecedor ou apelar ao cheque especial da pessoa física, cuja taxa de juros é de 480% ao ano.

“Ou seja, o sistema acabou gerando uma espécie de agiotagem oficializada e é essa realidade que a Empresa Simples de Crédito modificará”, ressalta o presidente do SEBRAE.

Na prática, o cidadão que tenha recursos poupados poderá abrir uma empresa para fazer empréstimos dentro do seu município, obedecendo a certas regras para isso. A primeira delas é o dinheiro ser seu, e a segunda é só poder emprestar para pessoas jurídicas, jamais físicas.

Para o presidente do SINFAC-SP, Hamilton de Brito Junior (Credere Consultoria e Fomento Mercantil), é um bom sinal ver que o SEBRAE permanece engajado nesta causa.

“Afinal, precisaremos retomar o assunto o quanto antes, mostrando aos parlamentares e ao próprio Banco Central que a ESC terá grande importância para a recuperação da economia, ampliando a oferta de crédito para as micro e pequenas”, observa.

Fonte: Reperkut