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Publicado em 14/11/2018

Presidente da Caixa diz que banco já resolveu seu problema de capital (Valor Econômico)

A Caixa Econômica Federal já resolveu os problemas de capital observados em 2016 e 2017 e não precisará de um aporte do Tesouro ou da emissão de uma operação subordinada, e nem mesmo de novas devoluções de dividendos. A declaração foi dada nesta quarta-feira (14) pelo presidente do banco, Nelson de Souza.

“Tivemos um resultado histórico, com R$ 11,5 bilhões de lucro líquido recorrente nos nove primeiros meses. Isso sem eventos extraordinários, o que demonstra a solidez e a eficiência do banco”, afirmou Souza, durante entrevista coletiva para comentar os resultados do terceiro trimestre.

Segundo ele, após as dificuldades nos últimos anos, o banco mudou sua estratégia, com recuo da carteira de crédito, para se adaptar aos níveis de capital. “Hoje temos o melhor índice de Basileia de todos os bancos públicos”, afirmou.

Souza explicou que a Caixa reduziu sua carteira para pessoa jurídica, mas a partir de agora pretende entrar mais fortemente no segmento de micro, pequenas e médias empresas. “Nosso capital permite que alavanquemos a carteira de crédito, mas sempre de maneira prudente. A Caixa está preparada para um novo ciclo de crescimento”, disse.

Crédito

Segundo o vice-presidente de finanças e controladoria da Caixa, Arno Meyer, o crédito ainda está encolhendo mas, ainda assim, a carteira do banco, de R$ 693,8 bilhões, é a maior do país.

“Tivemos de restringir o crescimento do crédito pela restrição de capital, mas mesmo em um ambiente de queda dos juros elevamos a margem financeira”, disse. Segundo ele, isso ocorre em função da queda nas provisões para devedores duvidosos (PDD) e também da melhora na eficiência e queda no custo de captação.

Meyer afirmou que no terceiro trimestre a carteira ficou praticamente estável ante o segundo, e que a expectativa é que o crédito volte a crescer. “A contratação de crédito já está se recuperando. Estamos fazendo a volta da concessão de crédito. Esperamos que no resultado do quarto trimestre essa volta seja mais significativa. Estamos, na concessão de crédito, saindo do fundo do poço”.

Segundo ele, a Caixa tem cada vez mais gerado receita com a prestação de serviço, o que reduz o impacto da queda do juros e o efeito do cenário macroeconômico na carteira de crédito.

Nelson de Souza, por sua vez, afirmou que ainda não é possível dizer quanto a carteira crescerá em 2019, mas que a estratégia de retomada já está definida.

Meyer acrescentou que o crédito para pessoa jurídica, que foi o mais sacrificado, agora tem liberdade para crescer, até mesmo em função da expectativa de melhora da economia.

Souza comentou ainda que a Caixa tem um “gap” de tecnologia que precisa resolver. “Sabemos onde melhorou, mas sabemos onde tem de melhorar mais. A partir de junho, nós nos propomos a abrir 100 agências digitais, e vamos alcançar isso até o fim deste ano”.

IPO

Nelson de Souza afirmou que o banco não está pensando neste momento em uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês). Ele lembrou que a Caixa Seguridade renovou recentemente sua parceria com a francesa CNP Assurances, mas apontou que existem outras questões que ainda precisam ser resolvidas.

“O IPO tem toda uma governança. Não estamos pensando neste momento, porque não tem como pensar em IPO se não fizermos os outros lançamentos”, afirmou.

Questionado se permanecerá no comando do banco no governo de Jair Bolsonaro (PSL), ele não respondeu. “Eu sou um técnico, logicamente que continuo fazendo esse trabalho. Temos tocado esse assunto na Caixa, a mudança de governo é bem tranquila. Não estamos com radar nesse item”.

Os executivos do banco também foram perguntados sobre a sustentabilidade dos resultados recentes, tendo em vista a expansão anual de 122% no lucro do terceiro trimestre. O vice presidente de finanças e controladoria, Arno Meyer, reconheceu que o ritmo de melhora pode diminuir.

“Chega um momento em que não dá mais para reduzir despesa e não dá para ser mais eficiente, porque pode comprometer o serviço prestado. A taxa de crescimento [do lucro] não é sustentável. Mas a Caixa entrou em um patamar de lucro de dois dígitos de bilhão, para o ano, para sempre. Esse resultado é sustentável”, afirmou.

Ainda assim, Souza comentou que o banco ainda tem “gordura para queimar” na questão de ganhos de eficiência, tanto em cortes de despesas como em aumento de receitas em áreas como cartões e seguros. “Na venda de serviços há ampla possibilidade de crescimento”.

FGTS

A Caixa deve receber na semana que vem uma suplementação de R$ 500 milhões do conselho curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para o programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV).

O banco havia interrompido a aprovação para novas operações de financiamentos da faixa 1,5 do programa.

“A velocidade de aplicação da Caixa no programa foi muito forte em todas as faixas neste ano devido à demanda” disse Nelson Sousa.

Com a suplementação, que vem na forma de subsídio, as operações do MCMV deste ano devem superar as do ano passado. Segundo a Caixa, a suplementação será capaz de sustentar o programa até o final do ano.

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